Poder — Sarah Pinborough

Poder — Encantadas #3
Autora: Sarah Pinborough
Editora: Unica
ISBN: 9788567028149
Páginas: 224
Nota: 
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Quando eu era menor, tinha ~aulas~ de leitura no colégio. Meus professores sempre incentivaram o hábito e costumávamos reservar horários durante as aulas para ler. Então, no auge dos meus sete anos, eu me sentia o máximo por ler livros grandes. Você sabe, versões estendidas de contos de fadas que deviam ter algo como 100 páginas. Eu sentava, abria, e pouco tempo depois tinha devorado algo muito mais legal e complexo que meus coleguinhas que liam livros de 10 páginas (SIM, eu era competitiva). Agora, com 17 anos na cara, continua fazendo a mesma coisa: sento, abro o livro e pouco tempo depois, devorei uma versão muito mais madura de conto de fadas. Velhos hábitos custam a morrer, né? 

Poder é o terceiro volume da série Encantadas que, OMG, não é trilogia! Dessa vez, a autora resolveu misturar várias histórias para compor sua trama, e temos uma miscelânea de personagens e lendas se cruzando nessas duzentas e poucas páginas. Tudo começa com o Príncipe partindo numa aventura ao lado do Caçador, a fim de encontrar um suposto reino que há boatos de ter sido amaldiçoado há 100 anos (e se você acha que estamos falando da Bela Adormecida, parabéns, você está certo). Nesse caminho, eles encontram Chapeuzinho Vermelho. E não para por aí: tem a Bela e a Fera muito mais presentes do que imaginávamos (e a melhor adaptação de lenda que Sarah já escreveu), além de Rumplelstinski (?) e mais. De verdade, esse livro tem muita coisa - principalmente considerando quão pequeno é e como as coisas correm.

Ao seu modo, Poder foi meu favorito de Sarah até agora. Foi menos polêmico, mas não menos ousado. A autora apostou na originalidade ao reescrever seus contos e misturar de modos inimagináveis, surpreendendo por manter a história como fantástica, sem romancear, mas também sem mudar algo tão predefinido (até agora não superei as personalidades insuportáveis de Cinderela e Branca, então minha resignação vem daí). Sarah não fez nada que deixasse você extremamente perplexo, apenas acontecimentos atrevidos e, apesar dos apesares, criativos.

Eu tenho um ligeiro incomodo com a falta de nome para o Caçador e o Príncipe. É sempre isso: o Caçador, o Príncipe, o Príncipe, o Caçador. Ao longo desses três livros já deu para perceber que os personagens se cruzam bastante, mas você não sabe se são os mesmos que você já conhecia. Existe vários reinos, afinal de contas. Garanto que existe mais de um príncipe com fieis caçadores. Dá pra apelidá-los, não? O Príncipe-que-se-apaixona-por-todo-mundo, por exemplo?

Como é um livro ágil, fácil e muito curto, você lê Poder e nem sente. Apego? O que é isso? Abriu, leu, terminou, hm... Sarah teve seus momentos durante a narrativa, mas nada que deixasse o livro marcante ou contasse muitos pontos para a série no geral. Sinto que o melhor da saga ficou nesse livro e não vá evoluir muito nas continuações, mas isso não quer dizer que vou abandoná-la, ok?
Beijinhos ♥