Autora: Gayle Forman
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414806
Páginas: 224
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Gayle Forman e eu andamos em cima de uma ponte com estrutura de corda - daquelas que balança, balança, balança, mas que ainda dá para sentir uma confiança vindo do fundo da alma para chegar até o final. Até hoje, não consegui encontrar um equilíbrio entre seus livros para poder afirmar que gosto ou não de seu trabalho - e olha que já li todos os lançados em português. Gayle Forman não conversa entre si, não mantem padrão de qualidade e, infelizmente, O que já de estranho em mim entrou para a lista de experiências (bem) negativas do nosso relacionamento.
O que me dói ainda mais, pois era justamente o livro que mais quis amar dessa mulher.
Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade. Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão. Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.
Eu tenho uma palavra para dizer para você: oportunidade. Autores com um público já formado, como Forman, tem nas mãos uma oportunidade incrível de falar sobre assuntos importantes e atingir os leitores por meio dele. Não estou dizendo que são obrigados a fazer isso, veja bem, sou super a favor de livros que existem pelo único objetivo de entreter. Porém é um pouco inesperado que um livro situado numa instituição para jovens problemáticas não abrace forte a oportunidade de abrir os olhos do mundo sobre o tema. Nem que seja um pouquinho. Uma piscadela, só.
Garota, interrompida, na glória de suas 180 páginas, está pesando um pouco na minha opinião, verdade.
Enquanto vamos conhecendo a protagonista, Brit, e suas amigas internas percebemos que elas não são problemáticas de fato. Não quero entrar no mérito de julgar o problema alheio, mas a questão é que o que elas passam não parecem problemas reais. São garotas cujas famílias não sabem lidar com a personalidade forte, com a homossexualidade, com um relacionamento com um garoto pobre. Nada de distúrbios de personalidade por aqui - apenas garotas normais presas num lugar tortuoso. O livro não cumpriu o que me prometeu de mostrar garotas superando seus demônios, desenvolvendo auto estima ou então lutando contra uma doença como depressão. O que há de estranho em mim não teve força, não foi nada além de mais um young adult bem xoxo.
Aos poucos fica claro que o objetivo da história não é sobre as garotas e o que as levou àquele lugar: é sobre sua irmandade para sobreviver na instituição rigorosa sem perder a vontade de viver. Claro que bem menos dramático que isso. Quando eu finalmente entendi que a história não teria nada a ver como minhas deduções prévias, eu já estava cansada e decepcionada demais para aproveitar o que estava acontecendo.
É que a gente acha que a loucura e a sanidade ficam em lados opostos de um oceano, mas na verdade não passam de duas ilhas vizinhas.
Eu não aproveitei a leitura, mas não acho que isso seja regra para todos os leitores. Minha dica é: quer experimentar
O que há de estranho em mim, vá - mas não com expectativas. Espere algo bem méé e pode ser que acabe gostando de conviver com essas garotas e seus dramécos. Se você quiser ler uma história séria de instituição mental:
Garota, interrompida. Se você quiser ler Gayle Forman:
Eu estive aqui e
Apenas um dia.
Nosa.fiquei com muito vontade de ler esse livro. Ótima dica!
ResponderExcluirhttp://carolsthing.blogspot.com.br