Eleanor & Park — Rainbow Rowell

Autora: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
ISBN: 9788542801255
Páginas: 328
Nota: 
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Vamos falar sobre o livro que está movendo a blogosfera nessas últimas semanas: Eleanor & Park. Desde que chegou em terras tupiniquins, o título, que foi um dos maiores sucessos de 2013, só fez arrecadar leitores apaixonados. Todo mundo quer ler Eleanor & Park, todo mundo quer conhecer essa história e ser intoxicado pelas palavras marcantes de Rowell. E mais importante que querer tudo isso, é que se deve fazê-lo. Já adianto no primeiro parágrafo dessa resenha que essa experiência de leitura deveria abranger todo bookaholic na Terra, é um livro tão bom que necessita ser lido.

A parte mais impressionante de Eleanor & Park é a facilidade com que a autora consegue falar no ensino médio e ainda nos apresentar uma história sem clichês, sem superficialidade, tão profunda e cheia de dramas que quase não condiz com a capa meiguinha. Conhecemos Park, que senta quieto em seu banco no ônibus para ler gibis e escutar música punk no walkman. Conhecemos Eleanor, a garota nova, ruiva e com curvas a mais. Problemas a mais também. E então a história começa: silenciosa e intensa, assim como o relacionamento dos nossos protagonistas.

O que dá força ao livro é, sem dúvidas, Eleanor. O maior problema de Park é não conseguir aprender a dirigir com cambio manual. Já Eleanor tem o lar destruído e sem chances de melhora. Seu pai abandonou a família e, okay, ela já superou isso. O que atormenta seus dias é Richie, o padrasto violento, e a submissão da mãe que não consegue - e parece não querer - fugir. Logo, mesmo tendo o romance como plot principal, é a carga emocional dos personagens que dá forma ao desenvolvimento. É isso que dá o diferencial da obra de Rowell e provavelmente foi isso que deu os vários prêmios que a autora ganhou no ano anterior.

A parte mais perturbadora da história é que a vida de Eleanor parece um poço cheio d'água sem chance nenhuma de ver a superfície. Você está se afogando no drama e na tristeza que é sua realidade e né, sabe como isso funciona: mais dor, mais amor. O leitor acaba sendo cativado pela esperança de que as coisas melhorem, de que Richie seja atropelado por um caminhão bi-trem ou comido por canibais maias. Pode ser que Park seja um sopro de ar fresco nessa atmosfera sombria, como de fato é, porém a vida é mais que isso - principalmente a qual estamos falando. Os momentos a dois são meigos, doces e singelos, porém quando a narradora da vez é Eleanor, sempre há a sombra dos problemas em casa pairando no ar.

Rowell é dona de uma delicadeza para contar a história que deixa tudo mais poético. O tema é pesado, o drama é forte, mas o livro ainda parece doce e genuíno. O casal dominava as páginas com seus diálogos apaixonados, com seus pensamentos dependentes e tudo que manda o figurino, porém era na fragilidade do relacionamento que a autora se sustentava. (Talvez somente) quando estão juntos, Eleanor e Park parecem jovens tão normais quanto eu e você, com todas essas inseguranças e descobertas e impetuosidade. E vai que a realidade dessa parte abraça a realidade dos outros enredos e você fica imaginando quantas garotas passam a realidade de Eleanor todo santo dia, e quantas delas tem um Park para se apoiar - mesmo que não revele tudo que acontece em casa.

É difícil falar de Eleanor & Park porque esse é livro difícil de pensar também. Ele é um misto de emoções que fica complicado de descrever - se por um lado eu imagino a obra como genuína, por outro já acho intensa e uma coisa contradiz a outra e por aí vai (tanto que esse monte de 'e' ao invés de vírgula é uma reflexão do atropelo de ideias que é minha mente). A única certeza que tenho é que este é um livro que você deveria ler, comentar e propagar. Que você deveria amar, encher de tags e mandar foto no snapchat prozamigo lerem também. No mínimo dos mínimos, você deveria conhecer... Afinal, o resto já vem no pacote.
Beijinhos ♥