De repente acontece — Susane Colasanti

Autora: Susane Colasanti
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581633183
Páginas: 288
Nota: 
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Essa sou eu e estou batendo na tecla que mais gosto de bater: que todos os autores de YA que não escrevem sobrenatural abandonaram essa vida em 2006. E a tecla do lado é que eu sinto falta disso. Nós sentimos, não? Falar sobre high school sem pretensões, fazer romances bonitinhos e plots divertidos, mexer com personagens sarcásticos e nerds e não lembrar que existe drama... É difícil encontrar bookaholic que não tem livros assim em seu histórico, afinal, faz parte da criação literária de qualquer um. Ou fazia, já que hoje esse gênero está praticamente extinto, exceto por alguns autores aqui e ali. E esses sobreviventes têm grandes responsabilidades, correto?

Susane Colasanti é uma das poucas autoras que se mantem sendo publicada no Brasil nesses tempos difíceis. Em pouco mais de um ano, ela já soma quatro títulos traduzidos para o português e, sei lá, um número considerável de gente elogiando as capas (elas são legais, não?). Mas em termos de enredo, seus livros nunca movem um grande público. Você não vê o nome da autora na lista de favoritos de todos que leem, como, por exemplo, Stephanie Perkins, que escreve o mesmo gênero. Colasanti faz plots clichêzissímos de high school e parece aquela história que dá certo por simplesmente não ter o que dar errado. Okay, okay, mentira. Elas dão errado... E continuando dando.

Dos quatro que li, De repente acontece é, de longe, o trabalho mais fraco de Colasanti - e olha que os padrões eram bem medianos. Esse livro é protagonizado por Sara, veterana, último ano do colégio e última chance de ficar com seu garoto dos sonhos: Dave, popular, lindo e bullie. Do outro lado está Tobey, com uma personalidade tão bem fundamentada que só penso em pontos de interrogação quando falo sobre ele, e não tenho certeza se o odeio ou simplesmente não vou com a cara. A autora sugere que ele é um guitarrista rebelde, mas parece um cachorrinho abandonado na mudança. Sem falar que parece nerd, elogia nerds, mas suas notas são horrorosas. Acima de tudo, Tobey é obcecado por Sara. Completamente apaixonado pela garota que mal conhece e já ama pakas. Então em quesito de bom casal protagonista, esse livro já começa com mil pontos abaixo de zero. É a Sibéria literária pois sim.

Outra coisa é que a narrativa não é bem escrita. Não existe nada que faça você se apegar às pessoas que Colasanti criou, ou então lembrar o seu próprio ensino médio. É um show de imaturidade que não me lembro de ver nem no fundamental, algo tão bobo e mesquinho que não parecem adolescentes de 16 anos. Pfvr, com essa idade eu já estava na faculdade, não chorando aos cantos porque comecei a namorar o garoto que eu queria para me descobrir apaixonada por uma criatura esquisita, com distúrbio de personalidade múltipla e obcecado quase que psicoticamente. Não é nada cativante de se ler.

Mas o trunfo é que a autora faz a história fluir. Ou, ao menos, as páginas andarem. Não existem muitos parágrafos de descrição, são 288 páginas de muito diálogo. São sem nexo, são soltos do nada, mas pelo menos deixam as coisas rápidas e ágeis. E também é isso que ajuda a compreender quem é que está narrando a história, pois nada avisa de inicio que a história é intercalada entre Sara e Tobey e que cada capítulo é um. Inclusive, o nome dos protagonistas você só conhece muitas páginas adiante, caso tenha ignorado as orelhas.

Arrisco dizer que de tão repleto de defeitos, foi esse livro que me tirou da ressaca literária. A vontade de acabar logo era tão grande que a leitura corria, sabe? Não teve nada em De repente acontece que me fizesse gostar, exceto por talvez a dinamicidade dos diálogos. Não é um livro que eu recomende, nem se você gosta de clichês, nem se você gosta de mimimi, nem se você gosta de ensinos médios imaturos com personagens imbecis. Desculpa, mas não.
Beijinhos ♥

Comentários

  1. sim, os livros dela são bem cliches mesmo, e bem pouco aprofundados em seus temas. mas, eu acabo sempre gostando dos livros, pois são livros leves, de leitura rápida e simples. exatamente isso: um livro perfeito para se sair de uma ressaca! hahaha
    achei a capa tão fofa, bem estilo Malhação, mas não imaginei que seria tão vago assim o livro.
    quero tentar ler ele mesmo assim, mas já estou vendo que também não vou me apegar muito na história não...

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  2. Eu já estava com um pé atrás sobre ele este livro e depois da sua critica... Acho que irei desistir completamente. Depois que eu li Tipo Destino da Susane Colasanti eu fiquei realmente chateada porque não sabia se tinha gostado ou não do livro, havia faltado alguma coisa ali, mas eu pensei que fosse apenas esse que ela tinha vacilado, mas depois de tudo o que você disse na resenha acho que a autora não é tão boa assim.

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  3. Nunca ouvi falar da autora, e pelo jeito não pretendo ler os livros dela já que estão bem distantes do gênero que eu gosto.

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  4. Perdi a fé nessa autora desde Bem mais perto, sempre as capas chamam a atenção, mas o conteúdo não presta.

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