One Tree Hill: Vale a pena uma maratona longa dessas?

Muita gente me fez essa pergunta no twitter e senti que precisava falar sobre isso em mais de 140 caracteres. Faz pouco mais de uma semana que terminei minha longa maratona de One Tree Hill, série que ficou no ar de 2003 à 2012 e sobreviveu até a mudança de Warner para CW, e precisei sentar e pensar antes de escrever. Eu sou a favor de maratonas longas, já encarei várias nessa jornada de seriadora, mas One Tree Hill foi meu maior desafio. Não foi como HIMYM, que tinha oito temporadas e episódios de 20 minutos. Não foi como Drop Dead Diva que tinha cinco temporadas de 13 episódios. Foi um monte de episódios, num monte de temporadas e um número incontável de minutos (a não ser que você seja o Banco de Séries: 140.25 horas). E agora você me pergunta se vale a pena. E eu digo que sei lá, depende.

Vamos por partes: em termos de premissa, One Tree Hill é um seriado de drama adolescente que começa abraçando todos os clichês que vê pela frente. O personagem principal é Lucas, filho bastardo da lenda regional do basquete, Dan Scott. Este, por sua vez, dedica todo seu tempo a pressionar o outro filho, Nathan, a ser o melhor jogador que Tree Hill já viu. E já que o cenário é high school, precisamos falar de romance. Nathan tem um namoro fracassado com Peyton, por quem Lucas é apaixonado desde sempre. Por outro lado, a melhor amiga de Peyton, Brooke, se apaixona por Lucas. E a melhor amiga de Lucas, Haley, se apaixona por Nathan. Ok, um minutinho pra você pegar papel, caneta, anotar, colocar setas, e entender essa bagunça toda. Mas é claro, isso é só o começo e no longo tempo de temporada, tudo muda e haja errorex (?) para refazer tanta seta.

Só que todo seriado adolescente é assombrado pelo fantasma da faculdade e já nascem com data de validade. One Tree Hill apostou contra isso - e, até hoje, foi a coisa mais genial que já vi para solucionar o problema. Sem medo, a produção avança anos no tempo. Nós não temos acesso completo aos quatro anos em que os personagens passam afastados, o que normalmente é sinônimo de roteirista perdido. Lidamos apenas com as consequências disso. Logo nasce uma nova premissa que não vou contar, mas apaga os clichês adolescentes e já parte para o drama adulto. É aí que as coisas ficam chorosas de verdade.
Antes de eu começar, já tinha sido avisada (tipo muito mesmo) que OTH é dramáááática, que eu ia chorar horrores. Lembro, inclusive, de ter lido sobre isso na Capricho uns cinco anos atrás. Então quando você tem acesso a esses comentários, já dá o primeiro play com uma caixa de lenços na mão. Dá o segundo play com apenas um lenço na mão. No terceiro, você está com o celular para, sabe, checar o instagram de vez em quando. No quarto, já está tão entretida jogando Minion Rush que nem percebe que apertou Stop sem querer. Então a primeira coisa que tenho a dizer para responder a pergunta é: não vá com sede nenhuma (ou lenço nenhum) ao pote, o começo não faz valer a pena. A primeira temporada começa a ficar interessante quando perto de acabar, e ainda assim consegue ser bem chata.

Mas se você tiver persistência, da segunda à sexta temporada a história só vai, você devora mais rapidamente que barra de chocolate de cookie na TPM. O seriado evolui, os personagens cativam, a trama cresce e se torna uma belezura. Depois disso, lá em baixo novamente. Com a saída de alguns atores e entrada de novatos, a sétima temporada lembrou o marasmo da primeira. É a favorita de muita gente com quem conversei, mas a audiência caiu, assim como o entusiamo. O meu caiu. Eis o grande problema da série longa, da maratona longa: você, em sã consciência, não abandonaria um seriado depois passar mais de 100 episódios ao seu lado, é o legítimo "se cheguei até aqui, né...". Eu fiquei de saco cheio de One Tree Hill, é natural isso. Tinha meus momentos de amor, mas logo cansava. Na nona temporada, eu fui os 13 episódios mais por respeito à Naley (MELHOR SHIP ♥♥♥♥♥♥♥) do que qualquer outra coisa. Segunda consideração à pergunta acima: 187 episódios esgota. É maldade da minha parte? Talvez, mas que esgota, esgota.
Um ponto positivo é que One Tree Hill é praticamente um quote quotável. Nas primeiras temporadas, todo episódio começa e termina com um monólogo, normalmente citando um autor clássico. São coisas lindas e reflexivas que fazem você pensar, se questionar, e repetir as exatas palavras para os amigos. Tem coisas que Lucas e cia falaram que lembro letra por letra e me marcaram demais. Você já imaginou quantas vezes fez parte do momento mais importante da vida de alguém? POIS É!

A trilha sonora é sensacional, as participações especiais são incríveis, os ships são amores da vida, e quando os roteiristas resolvem pegar um tema e explorar, não brincam em serviço. Desde a terceira temporada, quando deixou de ser apenas uma história de high school com intriguinhas, as mensagens sociais abordadas foram muito bem apresentadas. Ao longo das nove temporadas, muita coisa aconteceu e muitos temas entraram em voga: desde gravidez na adolescência, suicídio, bullying, até discussões sobre carreira, adoção, drogas e transtornos alimentares. Existe uma infinidade de assuntos que os roteiristas podia pegar e eles foram lá e pegarem. Fosse muito ou pouco polêmico.
Quando você for falar de seriados adolescentes ~ de verdade ~, são quatros nomes que vão surgir a mente: The O.C., Gossip Girl, 90210 e One Tree Hill. Agora posso dizer que assisti todos. OTH não foi meu favorito, mas foi minha obsessão durante um verão inteiro e isso meio que bastou. Eu não faria uma maratona dessas novamente, não encararia essa quantidade de episódios de novo, no entanto, eu assisti e matei a curiosidade. Eu queria fazer isso, fiz. Gostei. Não repito. Recomendo se você tem tempo livre para dar e vender. Maratonas longas são um misto de emoções e sentimentos, é impossível seguir um padrão do inicio ao fim. Você pode tentar, porém a única certeza que dou é que você terminará com lágrimas nos olhos e uma lista infinita de seriados atrasados. Então se vale a pena? Você assiste e me diz.
Beijinhos ♥

Comentários

  1. Haja determinação. Já comecei a vê a primeira temporada duas vezes e não fui adiante. Seriados compridos demais que não se começa a vê desde a estreia deixa a gente preguiçosa. Mas, pretendo concluir ele.
    Gostei dos personagens, da história por não conter nada sobrenatural.
    Bom, já por ser muitos episódios isso é o que desmotiva, mas vou na fé. Uma hora ou anos depois que consiga concluir a série toda.
    Beijos.

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  2. Não posso deixar de concordar com vc em alguns pontos, principalmente sobre os ups e downs ao longo das temporadas. Mas como eu assisti a essa série na TV, na 8ª série, depois dos treinos de basquete no colégio acompanhada de uma barrinha de suflair... foi amor.
    Já vi e revi, e estou planejando re-rever :D
    Acho que é daquelas que vc tem que "crescer junto", o que foi o meu caso.

    Beijão!
    http://arrastandoasalpargatas.blogspot.com.br

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  3. eu tava pensando exatamente eu fazer um esquema de setas para enternder toda essa confusão de não sei quem ama aquele lá, que por sua vez ama aquele outro...
    errorex? jesus!!!!! hahahahaa
    já ouvi muita gente falar bem da série, e até tenho uma amiga que é viciada, mas para mim não rola... são muitos episódios, muitas temporadas... me desanima =/

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  4. Eu amo One Tree Hill! A série é muito boa meeesmo... mas eu também desanimei nas últimas temporadas. É confuso isso, pq ao mesmo tempo que é perfeita, ela enche o saco. haha
    Mas eu acho que vale muito a pena ser vista! Tem episódios muito muito muito perfeitos!
    Só sinto muita falta do Lucas nas últimas temporadas, não fez muito sentido pra mim ele sair. :/

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  5. One Tree Hill, é minha série favorita e foi a primeira que assisti então tem um espaço especial no meu coração. Eu comecei a assistir quando passava na Fox, assisti da 1 a 4 na tv, e quando eu acabei a quinta tinha acabado de sair nos Estados Unidos, então, eu passei cinco anos com essa série, pode me chamar de doida mas nós tínhamos um relacionamento OTH e eu, e como eu comecei a assistir quando tinha 13 anos, ela fez parte do meu crescimento pessoal, me deu lições, me fez uma pessoa melhor. Na internet existe várias pessoas defendendo One Tree Hill, dizendo como é maravilhosa e tudo mais, esse tipo de "fidelidade" se conquista com tempo e eu acho que esse é um sentimento que uma maratona não é capaz de trazer, a sensação de você crescer, desenvolver e evoluir junto com a série. Enfim desculpe pelo enorme texto, mas é muito amor por essa série que é mais que uma série pra mim. É um lar.
    "There's only Tree Hill, it's your home"

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    1. Concordo contigo. Quem faz maratona de série não experimenta o sabor real que ela tem. Eu amo one tree hill e todos os 8 anos que passei assistindo.

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  6. Ela é melhor que Dawsons Creek? Para mim Dawsons Creek é imbatível. Porém, como não vi One Tree Hill, não posso ser definitivo. Quem puder me responder eu agradeço.

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