Autora: Madeleine Wickham
Editora: Record
ISBN: 9788501098160
Páginas: 352
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Acho que vou largar Madeleine Wickham de mão. Essa é mais uma autora que estou empurrando com a barriga, sempre pensando que uma hora vou virar fãzoca de verdade, e essa hora nunca chega. Na real, o caso é que ela já conseguiu arrancar de mim todo o amor que podia... Com seu pseudonimo, Sophie Kinsella. Essa eu amo. A grande mente por trás daqueles excelentes chick lits? Nem tanto.
Quando assina seu nome de verdade, Madeleine gosta de escrever romances dramáticos que são o total oposto das obras em que a capa estampa "Sophie Kinsella" em destaque. Esses livros são mais densos, menos engraçados e divertidos, mas, por incrível que pareça, anunciam todas essas características na quarta capa. Vou desmentir pra você: não há nada para comparar. É um caso de pseudônimo que parece mais transtorno de personalidade múltipla.
Em Drinques para três, terceiro livro da autora no Brasil, conhecemos Maggie, Roxanne e Candice, três amigas de, em média, 30 anos, que trabalham na mesma revista em Londres e estão em fases diferentes de suas vidas corridas. A pausa na rotina ocorre todo dia primeiro de mês, quando as três promovem um encontro do seu ~clube do drinque~ para beber e colocar a conversa em dia. Como só isso não é suficiente para sustentar uma sinopse, temos os problemas particulares de cada uma dessas mulheres, que se recusam a dividir com as amigas. Ninguém sabe que Maggie não está preparada para ser mãe (embora esteja nas últimas semanas da gravidez). Ninguém sabe o nome do cara casado com que Roxanne mantem um caso há anos. Ninguém sabe dos golpes que o pai de Candice aplicava no passado e como a doce menina se sente culpada por isso.
Ninguém sabe, também, que Candice é uma pamonha, mas vamos falar disso depois.
Esse seria um livro ok, até bonzinho, se não fosse de Madeleine. Se não tivesse o nome de Sophie atrelado na capa. Por si só, isso carrega muitas expectativas, logo, é impossível não sentir um fiozinho da esperança, que sempre (e por sempre digo SEMPRE!!!) se transforma em decepção. Se há senso de humor é tão sutil que chega a ser irritante. Se há drama, é tão mal estabelecido que não chega aos pés de ser tocante como Louca para casar, o até então último lançamento da autora por aqui.
Culpo, por essa falta de empatia, as protagonistas. É um trio absolutamente carente de qualquer traço de simpatia, que faça o leitor se afeiçoar. Nos primeiros capítulos, a impressão que tive foi que havia uma competição para qual das três seria a que eu menos ia gostar. Quero pensar que isso é uma artimanha proposital da autora, como se fosse sua real intenção mostrar um trio de pessoas reais: mulheres estressadas, egoístas e sem muito carisma para gastar com estranhos aleatórios (os leitores).
O principal argumento para provar que as personalidades desprovidas de agradabilidade são intencionais é Candice. Juro para você, nenhuma autora faz uma personagem tão panaca sendo que não era para parecer assim de fato. Sabe aquelas pessoas que caem na "qual a piada do pintinho"? Pois então. Candice parece ter prazer em ser feita de boba, e a vontade que dá é de entrar no livro para gritar na cara dela. Não de um jeito bonzinho.
São várias questões que cercam as protagonistas e colocam o livro para trás. Numa visão geral, nada convence - nem drama, nem romance, nem culpa... As vezes, nem mesmo a amizade. Dizer que Roxanne quer o bem de Candice como se fosse uma filha não me convenceu, e adicione isso para as inúmeras coisas que faltou uma verdadeira base para se tornar cabível. Drinques a três não tem nenhum grande atrativo e, se não fosse pela escrita razoavelmente fluida, seria um daqueles títulos que a gente deixaria abandonado na estante até quem sabe um dia.
engraçado como a gente consegue amar uma autora e odiar outra, mesmo elas sendo a mesma escrita, apenas com nomes diferentes né?!
ResponderExcluireu também adoro os livros da Sophie, mas já tentei ler livros da Madeleine e deteste :S
achei as 3 personagens um saco. acho que se fosse pegar este ai para ler ia tacar fogo no livro, só de raiva delas... não sei qual me tiraria mais do sério :@:@:@ hahaha