O descompasso infinito do coração — Bianca Briones


Batidas perdidas #2
Autora: Bianca Briones
Editora: Verus
ISBN: 9788576864042
Páginas: 406
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Você provavelmente já em ouviu falar sobre As batidas perdidas do coração, da Bianca Briones, lançado no ano passado. Na verdade, sou meio repetitiva quando falo sobre tal e consigo descrevê-lo em três letras: dor. Como boa leitora masoquista que sou, não satisfeita em ter o coração partido e perder semanas para engolir a história, eu estava a face da empolgação para ler a continuação, O descompasso infinito do coração, que traria outros protagonistas. Mais do que isso, eu queria chorar a beça como foi com o primeiro livro. Eu queria sofrência forte. DOOOR! 

Não queria decepção, que foi o que eu tive.

Meu primeiro receio foi quando vi que a sinopse tinha filhos e divórcio. Começa, então, a discussão de onde se encontra a tênue linha de divisão entre new adults e romances adultos comuns. Embora seja possível, não é comum ver esses plots tratados em NAs - e romances de gente crescida não me encantam com a mesma facilidade. Eu já comecei o livro com um pé atrás - mas, veja bem, ele poderia ter ido para frente. Ou poderia ter me amparado para o tombo de quando me jogasse no chão pela overdose de dor. Mas o que aconteceu com meu pé? Ganhou um acompanhante. O outro pé, aliás.

De inicio, reencontramos Clara, amiga de Viviane, alguns vários anos após o fim de Batidas Perdidas. Vários anos. Ela casou, teve dois filhos, e agora descobriu que o marido a traiu e está desolada. De volta ao Brasil e pronto para ser um ombro amigo está Bernardo, que sempre foi apaixonado por ela. E é isso. Romance de gente crescida, tô te dizendo. Alias, gente crescida não é necessariamente madura e tenha uma prova de cinco letras para apresentar a você: Clara. 

Vamos começar a discorrer sobre a protagonista.

Clara engravidou jovem e casou. Sempre teve problemas com seu peso. É insegura até o último fio de cabelo. Porém, ela tem uma noção interessante que é a senhora do seu próprio destino e sair de sua zona de conforto de vitima só depende dela. Clara deixa bem claro (HILÁRIO) para Bernardo e seus amigos que ela não quer ser salva como uma mocinha indefesa. Mas falar é fácil, eu queria vê-la agir. Eu fiquei com uma agonia danada da garota, e achei ela MUITO. CHATA. MESMO. Contudo, Bianca Briones é uma senhora muito sagaz e deu uma explicação para o modo como Clara é, que fica impossível você chamá-la de chata sem parecer uma vaca insensível. Só que eu achei conveniente, muito pouco trabalhado e não aceitei. Isso faz de mim uma vaca insensível? Talvez.

Já Bernardo é o galã da Malhação com alguns anos a mais. É sério, o sobrenome do menino é Albuquerque. Ele é rico, simpático, ombro amigo, bonzinho, tudo isso que os roteiristas da novela das cinco e meia adoram. Ele é legal, claro, mas estereotipado. Então, com esse casal que dá preguiça, eu só tive que me apegar aos personagens secundários - esses sim com alguma coisa interessante a se falar. As partes em que Rafa dava as caras de volta, só posso ♥♥♥♥♥♥♥!!!!

No final, eu parei de encarar o livro como drama, esqueci que ele tinha um antecessor maravilhoso, e aceitei que fosse cômico. O descompasso infinito do coração aborda temas interessantes, mas não trabalha direito com nenhum. Os filhos de Clara, por exemplo, são sombras do que deveriam ser - e isso é algo comum em vários plots da narrativa. Por fim, eu quero ler o próximo, recomendo o primeiro, mas esse? Só se você gostar de verdade de livros de pessoas crescidas que não cresceram de verdade.

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