Doce perdão • Lori Nelson Spielman


Autora: Lori Nelson Spielman
Editora: Verus
ISBN: 9788576864141
Páginas: 322
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Eu sou do tipo que costuma ignorar livros cuja sinopse pareça algo mais sentimental e "adulto". Não sei, normalmente fico achando que não vou me identificar com os dramas dos personagens e tenho uma preguiça enorme de mimimi de gente grande. Bem bobo, eu sei, mas é a verdade. Porém, ano passado, a editora Verus lançou A lista de Brett, que tinha uma trama fora da minha casinha do conforto, e fez uma ação especial enviando para os parceiros. Eu recebi, li como quem não quer nada, e me apaixonei (como você pode lembrar na resenha). 

Sabe o que eu quero? Pegar a resenha de A lista de Brett e colar aqui em baixo. É errado plagiar minhas próprias palavras? Enfim. Doce perdão é tão lindo quando aquele primeiro livro. Depois disso, sempre vou me referir a Lori Nelson Spielman como CARA, AQUELA MOLIÉR.

Doce perdão é sobre Hannah, uma jornalista que tem o próprio programa na TV local. Ela namora o prefeito e a vida é impecável - aparentemente. Ela esconde em sua gaveta do camarim as pedras do perdão, que recebeu de uma colega de escolha que fazia bullying, e que criou uma moda nacional enviando pedras para perdoar e ser perdoada. Hannah foi uma das 35 pessoas escolhidas por Fiona para ser as pioneiras da moda das pedras, porém ela nunca passou para frente. Perdoar e ser perdoada envolve remexer no passado, sabe? E quando o presente parece estar tão bom...
Vou ser bem sincera: da primeira à ultima página, minha garganta foi consumida por um bolo. Não sei se estava particularmente sentimental nos dois dias que passei ao lado do livro, mas fiquei direto com a sensação de garganta embargada e olhos mais aguados que um rio. Eita livro lindo, de verdade. O jeito com que a autora descreve os sentimentos de Brett e o modo como sua vida está confusa beira o poetismo, e se torna muito fácil se apegar pela protagonista e sua vida destruída.
Resenha de A lista de Brett
Sabe aquela habilidade de emocionar você sem precisar apelar para nada? Spielman a detêm. É impressionante o modo como ela faz tramas do cotidiano tão, tão tocantes, e sem parecer fazer esforço. Como é um livro que fala sobre perdão, os personagens (primários, secundários...) compartilham suas histórias, e então você se apega a cada um deles. E quer chorar por cada um deles - não por dó, mas por empatia. Migos, se isso não é ser uma escritora sensacional, não sei mais o que o termo significa.
Porém, em toda glória da minha delicadeza, por vezes eu tive vontade de entrar na história e dar na cara de Brett. Quem está de fora, só observando, é mais fácil ver os erros, não? E Brett está afogada em vários.
Resenha de A lista de Brett
Same here. Hannah não é a personagem com mais amor próprio, que faz as escolhas mais inteligentes e sim, você vai ficar irritado com ela por não tomar as decisões que são tão claras para nós, meros observadores externos. Mas faz tudo parte do amadurecimento do livro, e é encantador. Você acompanha ela se descobrir, se perdoar, revirar suas caixas de lembranças e se aceitar. É uma jornada que vira poesia nas mãos de Spielman, então por favor, dê um tempo para Hannah superar suas barreiras. Nem todo mundo nasce leonino.
Lori me surpreendeu, claro.
Resenha de A lista de Brett
Outra coisa maravilhosa na escrita dessa senhora é sua capacidade de sair do óbvio. Ela surpreende você - com tapas na cara, inclusive. Você pode até pensar que está pegando uma história que dança entre clichês, mas a verdade é que essas míseras 320 páginas, que passam voando, estão repletas de informações novas e inesperadas. Pequenas reviravoltas, coisas que fazem a autora ter que trabalhar de verdade e procurar pela terceira ou quarta solução para algo que podia ser facilmente resolvido na primeira vez. Se você ainda não sacou, estou digitando essa resenha com os pés porque as mãos estão aplaudindo Spielman.

É parecido com A lista de Brett, porém, ao mesmo tempo, Doce perdão tem sua própria e linda identidade. E acho muito sensato você querer ler essa identidade, porque não é todo dia que preciso usar tantas palavras elogiosas assim numa resenha. Se forem de Spielman, eu certamente vou continuar lendo mimimis de gente grande - e empolgadíssima com isso.

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