Endgame — James Frey


Autor: James Frey e Nils Johnson-Shelton
Editora: Intrinseca
ISBN: 9788580571868
Páginas: 504
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Com uma clássica capa de distopia. Endgame foi lançado no Brasil para entrar pro hall de sinopses enigmáticas e irresistíveis do gênero. O primeiro livro da trilogia homônima parece um encontro de Jogos Vorazes e Battle Royale, com uma pitada de originalidade que chama atenção desta que vos escreve, que adora bizarrices. Foi sem conhecer a fundo e cheia de curiosidade pelo mistério, que comecei a leitura e fui seduzida logo nas primeiras páginas. Mas depois foi des-seduzida ou sei lá qual é a palavra certa para essa situação.

O livro de James Frey vai narrar o mundo que a gente conhece prestes a ser destruído. O futuro da espécie humana depende de 12 jovens criados para serem mortais. Eles sabem que são descendentes diretos Da linhagem humana e todas as pessoas do mundo tem algum traço com algum parente deles na arvore genealógica. Sabem, também, que um desastre iminente chegará e eles deveram participar do Endgame, uma disputa sem regras em busca de três misteriosas chaves que garantirão a sobrevivência de seus descendentes em uma Terra destruída e praticamente vazia.

Admita: é interessante. É algo que lembra outros títulos de sucesso. Também é comercial até a ultima linha (coisa que até o autor admitiu, btw). É interessante. Logo nas primeiras páginas somos apresentados aos diferentes competidores do Endgame, e essa apresentação vem seguida de uma tragédia que marca o inicio do fim dos tempos – a competição, no caso. Não levou tempo para que eu ficasse ávida por mais e precisasse de cada vez mais páginas, mais mistérios e mais pistas. Porém, como todo livro com muitos pontos de vista, eu perdi o encanto logo após 150 páginas.

Não adianta, eu não consigo gostar e ficar presa por muito tempo quando a narrativa é assim. Em Endgame são muitos personagens dividindo a atenção, são muitos detalhes de personalidades diferentes, e, mais importante, são muitos nomes exóticos de originalidades distintas para que eu conseguisse assimilar quem é quem sem precisar pensar muito. Uma coisa puxa a outra e, sem demora, eu estava cansada da história.

O autor abusa daquela tática de terminar capítulos no ápice de emoção, o que não seria ruim se a continuação estivesse na página seguinte, mas não é assim que funciona. É caboom com Fulano numa página e, na seguinte, você precisa acompanhar outra pessoa fazendo outra coisa até chegar em outro caboom e pular para outra pessoa. É na busca por mais que você pega no sono. Eu peguei.

Do meio para o fim, Endgame se tornou desgastante, e a leitura, arrastada. Na tentativa de ser instigante, James Frey pesou a mãe e acrescentou coisas de mais, detalhes de mais; Para um livro cujo objetivo é entretenimento, precisa prestar atenção demais. Claro que o leitor dedicado que juntar todas as peças e descobrir o segredo do livro ganha 500 mil dólares (dá um google, é verdade), mas se você for ler sem o objetivo de ficar meio milionário, aquele conjunto de informações está lá só para lhe confundir. Eu não consegui ler Battle Royale inteiro por um motivo - o mesmo que me afastou dos livros restantes da trilogia Endgame. Uma pena, porque se eu dedicasse meses da minha vida, poderia ficar ligeiramente rica antes de me formar.

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