Fangirl — Rainbow Rowell


Autora: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
ISBN: 9788542803686
Páginas: 424
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Fangirl. Rainbow Rowell. É como se você colocasse o tumblr no liquidificador e o resultado fosse um livro. A autora que conquistou o mundo a Amazon com Eleanor e Park volta para contar uma história protagonizada por nós, fangirls, que fizemos de fangirlagem um estilo de vida definido por um termo muito adaptável, que não vê limites de idioma ou tempo verbal. Tão sem limites como nosso amor de Fangirl. Como o amor de Fangirl de Cath por Simon Snow.

Cath tem 18 anos e está indo para a faculdade. Não seria tão complicado se a irmã gêmea, Wren, não tivesse decidido que queria trocar seu status de dupla inseparável por um status social de verdade, o que não inclui passar fim de semanas no quarto escrevendo fanfic de Simon Snow, uma série de livros sobre bruxos que conquistou o mundo de uma maneira avassaladora. Cath sabe que não está sozinha porque tem Simon e Baz e outros personagens... Mas isso basta?

A primeira impressão que tive era que estava lendo um livro que zombava da minha cara. Muito ousado da parte de Rowell elaborar uma história que, a primeira vista, parece estar mandando você largar o livro e ir ver se as flores da primavera já começaram a nascer (aliás: já). Eu já esperava ouvir lição de moral da autora, por conta da experiência anterior com Eleanor e Park, mas não imaginava que ela ia tocar logo na ferida: quando ler vai além de um refúgio para o mundo.

Esse é um plot interessante, entretanto, 420 páginas é um tempo muito grande para montar uma simples história de autoconhecimento (porque, afinal, é disso que tudo se trata). A autora adiciona mais alguns dramas familiares, mas também não passa disso. Rowell não faz nada para apressar a obra, não acelera momentos e não deixa que nenhuma situação pareça corrida. Gosto disso, porém, nesse caso, tanta paciência se torna desnecessário. É uma história que facilmente se concluiria em 300 e poucas páginas, mas vai abordando pequenos fatos do cotidiano de Cath até que tenha preenchido o máximo que o livro poderia durar.

A gente vai seguindo Cath e sua obsessão pelo fandom de Simon Snow, seu relacionamento conturbado com a família e, principalmente, a irmã, além de como é fechada para o mundo. Por exemplo, quando Cath conhece sua colega de quarto e seu namorado enxerido, ela prova o quanto não está interessada em fazer amigos. Só aí mostra todo o desafio da autora: fazer a garota alinhar os dois lados da sua vida, já que equilíbrio é o correto e ignorar livros vai bater de frente com o leitor.

Entre os defeitos do livro, quero listar duas coisas: 1) Uso exagerado de informalidade, em que "tá", e "tô" substituí totalmente o verbo "estar" em diálogos, como se fosse a internet. Pode ser ok em alguns momentos, mas uma hora chega a um limite - e continua. 2) Rowell, você quer me dizer, então, que em pleno século XXI, numa trama localizada na faculdade (um antro de conhecimento e sabedoria) e ninguém reconhece um caso ÓBVIO de dislexia? Miga, isso já não é mais tabu, todo mundo sabe que existe e é um transtorno REAL, você perdeu uma oportunidade maravilhosa de inserir um assunto importantíssimo na trama.

É um bom livro, mas não é tudo isso. Fangirl é muito grande para o que se propõe a fazer e, vamos ser sinceros, as fanfics de Simon Snow são totalmente a melhor coisa da história inteira. O senso de humor não é afiado, o romance não é de colocar borboletas no estômago, o drama não é nem metade de como foi Eleanor & Park, em que havia uma real agonia. Entretanto, o livro contenta em ser fofinho, bonitinho, inho, inho e inho também. Legal, comum e real (dessa vez sem diminutivo), porém nem tão tocante quanto a primeira experiência que tive com a autora.

Comentários

  1. ainda não li nenhum dos livros da autora, porém, este aqui não me interessa muito. tenho curiosidade em ler mesmo Eleanor & Park!!!
    não sei, a trama deste não me deixa curiosa, e vários dos pontos que você citou me incomodou bastante, como por exemplo o fato de a escrita ser mais enrolada e a informalidade (que eu acho o cúmulo em livros --')

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  2. Pensei a mesma coisa, Joana. O livro nem de longe é tão bom quanto Eleanor & Park. A Cath não é nem um pouco tolerável como protagonista. Eu sinceramente queria dar uns tapas na cara dela quando ela ignorava as pessoas para escrever as fanfics dela. E o descaso dela com a faculdade só porque não aceitaram a fanfic dela? Nossa! Eu estava tão animada por esse livro e ele no final não foi tudo o que eu queria. Mas não é ruim, longe disso. Apenas regular, até bom... Attachments vai sair e espero que seja melhor, embora a sinopse já tenha me desanimado totalmente.

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  3. Já vi bastante gente comentando positivamente sobre o livro, mas realmente não parece isso tudo. Eleanor & Park, em muitos sentidos, é superior. E é ineviável comparar.
    Sinceramente, não pretendo ler o livro.
    bjs

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