Vortex — Julie Cross


Vortex — Tempest #2Com spoillers EM BRANCO do anteriorAutora: Julie Cross
Editora: Jangada
ISBN:  9788564850408
Páginas: 384
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"Esse livro é ruim. Tipo muito ruim. Uma grande decepção." Mas calma, não é esta minha opinião, estou apenas reproduzindo tudo o que me disseram quando falei sobre minha empolgação para com a continuação de Tempest, a única história de viagem no tempo que já arrecadou cinco estrelinhas brilhantes comigo.  Deram a entender que, em Vortex, Julie Cross tinha sido substituída por um ghost writer do James Patterson, o que me fez esperar um péssimo livro. E sabe até que não é?

Talvez nas semanas que antecederam a leitura, eu estivesse particularmente simpática e não tenha conseguido encontrar grandes ruindades em livros, porém prefiro acreditar que a expectativa mais baixa que o chão foi o que colaborou para eu gostar, nem que seja um pouco. Mas vamos por partes.

O que me conquistou em Tempest foi o romance, e como sou louca de ficar agoniada com finais, ao separar meu ship, Julie Cross conquistou uma leitora para o resto da trilogia. Males que vem para o bem, será? Mas o que importa é que, em Vortex, ela tinha um campo livre para fazer o que desse na telha. Foi justamente o que fez. Com nada para se apegar, o segundo volume da série vai colocar Jackson como agente do Tempest, sem poder contatar Holly ou Adam, apenas tocando com a sua vida como agente secreto do governo com a habilidade de viajar pro passado, tão repleto de problemas que não cansam de o seguir, independente do ano.

Obviamente, não é um livro do mesmo nível do primeiro, afinal, aquele monte de gente estava falando mal por algum motivo. No meu ponto de vista, o grande erro de Cross foi reformular tudo que a gente conhecia por verdade. Como viagens no tempo tem um pano de fundo muito mutável, é necessário que a história tenha, no mínimo, uma base para o leitor se guiar e a autora se sustentar. Só que Cross, muito espértcha, esqueceu deste mísero detalhe e reformulou todas as garantias do leitor. É uma loucura total, com personagens novos, cenários novos e uma ínfima linha lógica que serve para manter os dois livros conectados, baseados apenas em intrigas de governo, o que, cá entre nós, é muito pouco.

O caso com viagem do tempo é que nada é definitivo, o passado está sempre a um passo de distância e pode ser reversível. Acho que isso deu uma sensação de liberdade muito grande para a autora, que sentiu que podia fazer o que quisesse, criar a confusão que imaginasse, matar quem respirasse, e tudo ok, uma hora se resolvia. É isso que eu quis dizer no parágrafo anterior, que há uma zoeira muito grande e isso atrapalha a leitura. Parece que Cross está brincando, mas na verdade, ela está beirando perder o fio da meada. E, olha aqui, miga, mandar Jackson para 2007 não soluciona sua vida, viu?

Minha implicância mór com o plot vai por conta da dificuldade que tenho em compreender sobre alterações e linha cronológica quando não há sensatez por trás. Estou meio confusa em afirmar que, nesse livro, a autora bamboleia entre explicar e deixar furos. Vou contar para vocês: é confuso pra dedéu. Quando Jackson começa a fazer análises com Universo A, Universo B, dimensões e blablabla, minha cabeça entrava em parafuso. Talvez eu não estivesse me concentrando o suficiente, mas acho que esse tipo de livro tem que ser acessível ao leitor, que (normalmente) não é mestre em física ou expert em universos paralelos. Se você não é e compreendeu, parabéns, agora me ensina.

Romance. O que eu mais gostei em Tempest e mais estava ansiosa para reencontrar nesse livro. POXA POXINHA, JULIE, PRECISAVA DISSO TUDO? Como o tempo mudou, Universo sei lá qual, essa confusão toda que viajar no tempo acarreta (e eu fico felicíssima que acarrete mesmo), as coisas são diferentes em Vortex. Holly aparece? Sim! A gente shippa? Sim! Com o coração na mão? Só o que restou dele! Poxa poxinha, Julie!

Eu achava que era muito ruim, e acabei gostando. Bom. Três estrelas - nem meia a mais, nem a menos. Eu li 90 páginas, abandonei, algumas semanas depois eu retomei e não larguei. É fluido, é atrativo e com uma narrativa interessante. É também bastante furado, bastante zoado, mas tudo certo, é o circo sendo armado para o volume final. Que a Julie Crossa de Tempest volte para a Julie Cross de Timestorm, por favor.

PS: Essa resenha foi escrita antes de eu ler Timestorm. Spoiller? A Julie Cross não voltou.

Comentários

  1. Tenho vontade de ler Tempest, mas com um segundo livro tão estranho, não sei se vale a pena.
    Concordo com você que quando se trata de viagens no tempo e coisas do gênero, o autor precisa lançar um fundamento e mantê-lo por toda a história. Esse negócio de ficar mudando as coisas, nesse caso, não tem como dar certo.
    bjs

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