Ícones — Margareth Stohl


Autora: Margareth Stohl
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501062048
Páginas: 384
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Assim como Inquebráveis, de Kami Garcia, eu queria ler Ícones, de Margareth Stohl. É a mesma coisa que falei sobre o primeiro livro: é uma experiência interessante ver a dupla agir separadamente. Ver quem é que dá a boa ideia e quem faz a boa execução - coisas diferentes e capazes de comprometer a obra como um todo. Então, conclusão: Stohl tem mais criatividade para construir plots. Menos capacidade para conduzir, também.

Ícones é um encontro de young adult com ficção científica, o que tem um nome: alienígenas, vulgos ícones. Dol é uma das poucas humanas sobreviventes e vive no interior junto de seu melhor amigo, Ro. Não é o mundo como conhecemos, mas Dol convive bem com ele, afinal é tudo que ela conhece. Isso até ser arrastada para a Embaixada, sede do governo que vive em harmonia com os extraterrestres, e perceber que ela não estava tão reclusa do mundo assim. Dol e Ro fazem mais parte dessa realidade do que eles mesmo imaginavam. 

São vários enredos que se misturam. A sinopse promete um sci-fi com ETs, a realidade é uma distopia das mais clichês, convenientes e furadas. A autora juntou todas suas várias boas ideias em uma única narrativa que vai para todos os lados e não vai para lugar nenhum. O livro fica só na promessa de fazer acontecer, e sabemos que não é isso que conquista o leitor. No final a autora vende seu livro mas não vende sua série. Isso vale?

Os ícones são muito mal explicados e apagados, tanto que passei o livro inteiro em busca deles e sua participação aterrorizante na realidade terrena e acabei frustrada. A autora irrita com sua falta de execução do que obviamente funcionaria se fosse bem feito. O cenário sozinho seria cativante se tivesse o foco e desenvolvimento que merecia, mas né. Stohl parece se contentar com o mediano, e uma soma desses factores é um resultado bem medíocre.

Assim como o cenário deixa a desejar, os personagens principais também não ajudam. Dol, Ro, os personagens que aparecem no decorrer, o triângulo amoroso que se forma por obrigação de ser young adult... Tudo dando a impressão que poderia ser melhor. É irônico que os personagens que pagam de heróis sejam os próprios a destruir a história. Cansei de dizer que bons protagonistas carregam qualquer trama nas costas, independente dos independentes, e Dol poderia fazer ir pra frente. Fez? Só se for a frente para o travesseiro pois desmaiei de sono.

A narrativa não tem senso de humor, a não ser que mimimi de Dol seja engraçado para quem gosta de humor masoquista. Ícones é um acúmulo de erro sobre erro que faz Margareth Stohl parecer uma péssima escritora, coisa que acredito ser mentira, já que a ideia tem um potencial tremendo. Se ela vai fazer acontecer no futuro, vou esperar a timeline contar. Voltar para Dol por vontade própria? Não, obrigada.

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