The Kings of Summer

Filmes de verão. Filmes despretensiosos, com belas fotografias, sem jeitinho de Hollywood e numa silenciosa metáfora a liberdade na estação mais quente do ano. É o tipo de trama que não promete, quase como um gênero específico e único, cujo objetivo não vai além de entreter por pouco mais de uma hora e meia. Considerando que paciência para filmes é algo que não tenho e fujo de qualquer trama que exija reflexão do meu cérebro, essa é uma das únicas propostas que me disponho a aceitar. Filmes de verão. Saudades, verão.

Em The kings of Summer, filme que me chamou atenção unicamente pelo termo "verão" numa fonte maravilhosa, vai seguir três garotos: Joe, Patrick e Biaggio, que estão cansados de serem oprimidos pelos pais super protetores, obrigados a viver com regras e metas que não condizem com suas aspirações de vida. Tentado a mudar isso, Joe convence os amigos a largar essa situação e construir uma casa no meio da floresta, num lugar silencioso, pacato, e mais importante: livre. Eles seriam os senhores da própria vida e não precisariam comer verduras ou jogar Monopoly por obrigação. Eles seriam os reis do verão.
Eu nunca entendi bem o que dá a label indie para um filme, porém considerando os que já vi (e foram previamente avisados), The Kings of Summer conseguiu fazer check em alguns itens. A atmosfera do filme é, quase que inteiramente, extremamente leve e com jeito de acampamento. A fotografia, repleta de verde e natureza, também ajuda a complementar essa vibe, entregando lindas imagens bucólicas (só eu que sou apaixonada por esse tipo de paisagem?).
A trama é estrelada por Nick Robinson, que faz o Ryder, de Melissa & Joey, e teve a atuação muito elogiada após esse filme (com direito, inclusive, a comparações com James Franco). Os outros rostos que protagonizam a trama é Gabriel Basso e Moises Arias, mais conhecido como Rico de Hannah Montana. É esse ator, baixinho e caricato, que consegue trazer todo o ar de graça que o filme tem. The kings of summer não deve ser vendido como comédia ou drama, porém é possível gargalhar (e alto) com as expressões e tiradas do garoto, o mais aventureiro e sem noção entre os três.

É muito difícil que eu assista um filme do começo ao fim em um único dia - principalmente se estou assistindo pelo computador ou o tenho no controle de um botão de pause. É uma coisa bem significativa poder dizer que sim, os 90 e poucos minutos foram inteiramente consumidos no sábado. Com algumas horas de intervalo, mas ainda assim. O bom do filme é que boa parte dele, uma hora completa por assim dizer, é muito leve que nem parece levar tempo: a decisão de construir o próprio ~reino~, as primeiras experiências na floresta e a liberdade recém conquistada...Quando pisca, mais da metade da história já foi. A meia hora restante é outro papo.
Porque faltando 30 minutos para a história se concluir, a vibe indie começa a fazer força. O filme começa a ficar monótono, o clímax é paradão e "olha só, as energias no jogo da Kim estou totalmente carregadas!". Arrisco dizer que após a comédia de Arias como Biaggio, a única grande emoção do roteiro é o surgimento de uma cobra. Assustador, de verdade. Mas para ser o ápice dramático do filme? Er...

O lado introspectivo é previsível e, ironicamente, nada profundo. A história deve retomar o princípio, quando os três garotos se sentiam desconfortáveis com a superproteção dos pais e, óbvio, devem acatar as consequências de fugir e toda a confusão que isso causou na vida de mais pessoas, o que ignoraram completamente quando decidiram fugir para o nada. Tem ainda uma balela romântica que também não passa disso: balela romântica.
Como eu disse: uma hora de bom filme, de tiradas irônicas, expressões engraçadas e algumas risadas. Meia hora de filme indie sem emoção e roteiro pouquissimo articulado e surpreendente. The kings of summer vale por ser um filme de verão com "summer" do título, com fotografia e soundtrack que remetem esse estação maravilhosa que estamos com saudade. Algo além disso? Definitivamente não.
Beijinhos ♥

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