O fim de todos nós por Megan Crewe

Fallen World #1

Kaelyn acaba de ver o melhor amigo partir. Ela tem dezesseis anos e voltou agora para a ilha onde nasceu, depois de um período morando no continente; ele está fazendo o caminho inverso, vai estudar fora. O que sentem um pelo outro não está muito claro, ela o deixou ir embora sem nem mesmo dizer adeus, e a última coisa que passa por sua cabeça é nunca mais vê-lo. Mas, pouco tempo depois, isso está bem perto de acontecer. A ilha de Kaelyn foi sitiada e ninguém pode entrar nem sair: um vírus letal e não identificado se espalha entre os habitantes. Jovens, velhos, crianças – ninguém está a salvo, e a lista de óbitos não para de aumentar. Entre os sintomas da doença misteriosa está a perda das inibições sociais. Nem todos, porém, assistem impassíveis ao colapso da ilha. Kaelyn é uma dessas pessoas. Enquanto o vírus leva seus amigos e familiares, ela insiste em acreditar que haverá uma salvação. Caso contrário, o que será dela e de todos?

Autora: Megan Crewe
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580573305
Páginas: 272
Nota: 

Como qualquer pessoa na Terra, eu variei muito até escolher a faculdade que iria cursar. Quis ser advogada, diplomata, economista, mas nunca, nunca cogitei alguma área da saúde. Eu não assisto seriados de medicina, acho aulas de ciência/biologia extremamente cansativas, e cá entre nós, tenho um sistema imunológico maravilhoso. Acredite ou não, essa coisa de raramente pegar um resfriado só colabora para a minha falta de interesse com o assunto. E imagine minha surpresa quando O fim de todos nós, a mais nova distopia do mercado, é, na verdade, um livro mais médico do que qualquer outra coisa?

Primeira coisa: estamos no presente. O mundo que a protagonista, Kaelyn, vive, é o mesmo nosso. Ela acabou de voltar para sua ilha natal e está pronta para ser uma nova pessoa: mais extrovertida, com mais amigos e menos vergonha de se aproximar das pessoas. Mas as coisas começam a sair dos trilhos quando um novo vírus surge na ilha, e ninguém sabe como detê-lo. São cada vez mais pessoas doentes, mais pessoas mortas, e nada parece ajudar. Kaelyn, assim como todos na ilha, são obrigados a apenas ver as coisas cada vez ficarem mais alarmantes e torcer para que não fiquem doentes também.

O livro é narrado em forma de diário que, por sua vez, é escrito em formas de carta para Leo, um amigo que Kaelyn não vê a anos e está morando fora da ilha. E talvez seja aí que a autora errou. Até ler que Kaelyn tinha 16 anos, eu estava dando 13 para ela. A protagonista tem um ar muito ingenuo, muito inocente,  e não senti força por parte dela - o que é algo gritantemente importante. O modo de narrativa deixa isso muito claro, a forma como ela não está preparada para lidar com a situação. Claro, ninguém está imaginando que vai surgir um vírus letal e deixar toda sua cidade em estado de urgência, mas ainda assim. A personagem não tinha capacidade emocional para tudo que a autora fez. E, cá entre nós, Megan Crewe não deixa barato.

O fator distopia é bem raso. Por culpa da gravidade do vírus, a ilha foi praticamente abandonada e são raros os embates do povo com o governo (o que me deixa desanimada, já que eu ADORO isso). O resto disso é a doença, o vírus, pessoas morrendo. A autora mata sem pena, gratuitamente, direto, e se está muito calmo, ela mata mais 10 pessoas para recuperar a emoção. Só que como Kaelyn não tem profundidade, não gera empatia, e as situações ficam forçadas. Dá para listar nos dedos as pessoas que estão vivas do inicio ao fim, e não consegui sentir a dor da protagonista quando todos ao seu redor morriam. Então Megan coloca um romance no meio, mas naquele caos todo, não cola. 

Não nego que a autora teve uma ideia muito boa. Mesmo não me interessando por nada que tenha a ver com medicina, reconheço todo o potencial que O fim de todos nós tinha para ser explorado se o vírus desse espaço para o universo distópico. Além disso, se a narrativa fosse diferente, seria outra leitura. O diário é muito denso, e não é bem assim para acostumar com a conversa de mão única que Kaelyn mantem com Leo (aka diário). Existe uma ponta para uma continuação, mas agora que já sei realmente do que se trata, não tenho vontade de continuar na série. Se bem que até chegar ao último volume, todos os personagens estarão mortos. Suzanne Collins, querida, você foi batida.
Beijinhos ♥

Comentários

  1. tive que rir... realmente, acho que a Megan Crewe superou a Suzanne Collins kkkkk
    sei lá, também não sou muito fã desses negócios de medicina e tudo o mais, e acho que este livro não iria me agradar :(

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  2. E gosto desse universo de medicina, não tenho vocação para isso. Mais curto muito.
    Não sabia que o liro era voltado para esse lada, mais gostei.
    Beijos....

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  3. Por mais que não seja um dos melhores livros pra se ler, eu adoraria ler por ser uma distopia, mas antes de começar, uns 2002312840921 estariam na frente HUAHSUAHSUHAUSHUA

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  4. Gostei da resenha.
    O livro me interessou, essa história de vírus me incomodou um pouco mas ainda pretendo ler esse livro.

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  5. Já vi esse livro na livraria, mas não me chamou a atenção. Apesar da ideia de vírus e tudo o mais, não rolou química!

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