Dez coisas que nós fizemos (e provavelmente não deveríamos) por Sarah Mlinowski

Se tivesse a oportunidade, que adolescente de 16 anos não mergulharia de cabeça na chance de ir morar com um amigo e viver sem os pais? Nesta engraçadíssima história, Sarah Mlynowski investiga o coração e a mente de uma garota que está, pela primeira vez, por conta própria. Para chegar ao fim do ano, ela precisará fazer malabarismos com um triângulo amoroso, aprender a lavar roupa e aceitar que seu mundinho pode estar prestes a ser detonado… por cada coisa que não deveria ter feito.

Autora: Sarah Mlynowski
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501092748
Páginas: 336
Nota: 

Quando eu era menor, diziam que eu iria crescer e ficar rebelde. Que, como todo adolescente, eu iria cair na balada toda santa noite, brigar com meus pais, clamar por independência e assistir filmes de terror. Não necessariamente nessa ordem. Só que então eu envelheci (sim!) e nada disso aconteceu. Eu ainda prefiro a minha cama, minha casa, conversar com meus pais e assistir comédias românticas. Existe uma expectativa, por assim dizer, muito grande quanto a adolescência, como se ninguém conseguisse passar calmamente pela fase, sem se revoltar em algum sentido. 10 coisas que nós fizemos (e provavelmente não deveríamos) é inteiramente sobre isso, sobre querer ser livre e brincar de Last Friday Night. Foi então que eu não me conectei com a história.

A protagonista é April, uma garota de 15 anos que se vê a beira de um principio. Sua mãe já está morando na França e, agora, seu pai quer ir para outro estado, longe de toda vida que April conhece, de seus amigos e, principalmente, do namorado de longa data, Noah. Então April decide morar com a amiga, Vi, que também ficará sozinha na cidade, já que a mãe está viajando a trabalho. O problema é que o pai nunca permitiria que ela ficasse sem supervisão de um responsável, e o que se segue é uma rede enorme de mentiras e confusões, tudo em nome da liberdade e da vida sem regras.

April é inconsequente, Vi é inconsequente, e brigo com você se disser que essa é uma característica de todo adolescente. Elas nunca assistiram filmes ou séries pra ver que isso nunca ia dar certo? É muita ingenuidade de ambas, mas principalmente da protagonista. Ela sempre teve tudo nas mãos, não é bem assim pra tomar um choque de realidade e precisar se virar sozinha. Morar com as amigas não é festa atrás de festa, mas isso é algo que elas não entenderam. Por vezes eu conversava com o livro, agoniada para que April e Vi parassem e voltassem um pouco, já que estava na cara que não tinha como terminar em boa coisa. As duas me irritaram por isso, e o máximo de empatia que tive para com elas, foi dó. Dó por terem se colocado em questões irremediáveis que não foram exatamente sua culpa, dó pelos problemas cujas soluções só puxavam mais problemas. E, no fim, esse não é o melhor sentimento que alguém pode nutrir por uma narradora e suas aventuras.

Mas devemos dar créditos para Sarah. Ela é uma escritora muito despretensiosa, mesmo tratando de temas sérios. As palavras fluem, as páginas passam, e de capítulo em capítulo ele termina rapidinho. O livro é dividido nas dez coisas que elas fizeram e, nesses dez capítulos, tem subdivisões que não seguem lógica. Dependendo da necessidade, a autora faz flashbacks ou subcapítulos de uma linha (normalmente para mostrar o quão complicada está a situação das garotas). Em alguns momentos é estranho ser transportada para o passado sem aviso nenhum, mas depois acostuma. A narrativa acaba sendo a melhor coisa no livro inteiro.

Dez coisas que nós fizemos (e provavelmente não deveríamos) é bom, mas seria muito melhor se eu conseguisse entender a protagonista ou, no mínimo, suas razões. É um livro divertidinho, bonitinho, com uma escrita legal, porém uma trama que não comprei. É como um filme de high school com uma festa sem supervisão que dura um semestre. Pode parecer emocionante e tudo mais, contudo a gente sabe que não é bem assim. A autora se concentrou em fazer a protagonista se divertir o livro inteiro - superando todas as confusões com um banho na hidromassagem que compraram - e deixou o clímax para as páginas final. Era previsto, só que eu queria uma conclusão melhor. E, talvez quem sabe, uma protagonista melhor.
Beijinhos ♥

Comentários

  1. Também previram minha rebeldia, que não aconteceu! rs
    Não me identifico com a personagem principal e nem com a história em geral. Por mais que a narrativa seja boa, acho que quando não rola empatia, nem vale a pena!
    bjs

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  2. estou curiosa para ler este livro, pois sempre pensei que quando crescesse iria virar uma garota rebelde, mas não foi isso que me aconteceu também hahaha
    não fui muito com a cara da protagonista só pela sua resenha, mas tudo bem hahaha

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  3. Desde que vi o livro me interessei, o título e a sinopse me chamaram muita atenção. Depois de ler sua resenha, não sei... ainda tenho vontade de ler o livro, mas desanimei um pouco. Sou meio traumatizada com essas protagonistas.
    Pretendo ler, mas não é o primeiro da minha lista.
    Beijos.
    Yasmin
    deitadosnagrama.blogspot.com.br

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  4. Gostei muito da sua resenha, ela é bem esclarecedora e me convenceu a comprá-lo, ele tem alguns pontos negativos como você citou, enfim, estou decidida a comprar. Bjs. Mayara
    maay-chaan.blogspot.com.br

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  5. Eu estou louca pra comprar esse livro. Já vi várias resenhas e a maioria gostou bastante desse livro. Confesso que me desanimou um pouco ler sua resenha, mas também esclareceu mais sobre o que devo esperar do livro
    :)
    http://alguns-livros.blogspot.com.br/

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  6. É a primeira resenha que leio dessa trama. Parece muito teen para meu gosto...

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  7. O livro é interessante e parece ser bem gostoso, cheio de situações bem divertidas. Mas sei lá se leria, não deu taaaanta vontade assim =/

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